O consumo de substâncias psicoativas e os comportamentos aditivos no contexto escolar, constituem hoje um sério problema de saúde pública. A comunidade educativa é confrontada com enormes desafios no sentido do desenvolvimento de uma resposta única, integrada e pragmática para um fenómeno em constante evolução.

No que respeita à prevenção do consumo de substâncias psicoativas, a OMS destaca vários aspetos, dos quais se destacam: a necessidade das intervenções preventivas serem implementadas antes do início do consumo das substâncias; a escola como contexto de eleição para a prevenção, pois permite aceder de uma forma organizada a um grande número de crianças e adolescentes; a importância de integrar os diversos atores envolvidos no processo de desenvolvimento das crianças e adolescentes e ainda a sustentabilidade das intervenções, sendo necessária não só a sua manutenção como a sua adequação ao estádio de desenvolvimento da população alvo (WHO, 2002).

As escolas são essenciais na criação de dinâmicas preventivas no que toca ao uso e abuso das substâncias psicoativas. É nas salas de aula e nos vários contextos escolares que as crianças crescem e os jovens amadurecem. Um conhecimento profundo destas realidades deverá constituir uma prioridade.

Neste sentido, o consumo de novas substâncias psicoativas (lícitas e ilícitas), novos padrões de consumo e novas dependências, têm importantes implicações em termos de saúde pública, ocupando hoje, no quadro das prioridades de intervenção na área da promoção da saúde, um lugar de destaque.

Projetos contínuos sujeitos a avaliações rigorosas são um dos caminhos para perceber se os jovens são capazes de enfrentar os riscos e os desafios que espreitam nos vários cenários por onde se movimentam. Neste quadro, o futuro das intervenções comunitárias na área da saúde dirigidas ao meio escolar deverão ter nas evidências científicas um pilar essencial.